
“Logo após a saída de Marcelo Cabo, o diretor de comunicação do clube, Marcos Medina, confirmou Lisca como novo comandante do Alvinegro de Porangabuçu.”
“O Ceará anunciou no final da noite desta segunda-feira a contratação do técnico Lisca, que retorna ao time após boa passagem na temporada de 2015.”
Foi assim, que Globo Esporte e Estadão anunciaram a contratação de Lisca pelo Ceará, em 2015 e 2018, respectivamente. Nas duas ocasiões, a situação era desesperadora.
Na primeira, o Vovô havia sido campeão invicto da Copa do Nordeste e teve seus principais jogadores contratados por outros clubes. Dessa forma, a campanha na Série B era vexatória. Vários treinadores foram chegando e saindo, mais de 50 jogadores contratados e a lanterna da competição em vários momentos.
A chance de cair era de quase 100% e só um louco para aceitar tal desafio. E ele apareceu. O roteiro disso tudo é com tons de crueldade digno de um drama mexicano. Ceará e Lisca flertavam já fazia um bom tempo. À época, o Alvinegro estava afundado na vice-lanterna da Série B e via no nome do comandante que fazia boa campanha com o Náutico na competição, um caminho para a salvação. O técnico recuou e convocou uma coletiva de imprensa para rechaçar a saída do Timbu: não substituiria Geninho no Vovô.
O caminho dos dois foi traçado no dia 07 de Setembro de 2015, na Arena Castelão. Sob o comando de Lisca, o Náutico viu o Ceará vencer por 1 a 0, o resultado que culminou na demissão do gaúcho.
Até a 29ª rodada da Série B, ainda sob comando de Marcelo Cabo, o Ceará somava 26 pontos em 29 jogos, com seis vitórias, oito empates e 15 derrotas. Um aproveitamento de 29,9% juntando as passagens de Silas Pereira, Anderson Silva (treinador interino), Geninho e Cabo. Após a derrota para Luverdense e com a chegada de Lisca, o Ceará faz outros 16 pontos. Foram cinco rodadas sem perder que tiraram o Vovô do Z-4, onde ele estava desde a sexta rodada, até o revés diante do Vitória, no Barradão. No entanto, Lisca ainda segue invicto sob seus domínios. O Presidente Vargas, aliás, virou um dos símbolos do ressurgimento na reta final. E, contra o Macaé, a Arena Castelão é a aposta para acolher os torcedores que abraçaram o time comandado por Lisca “Doido”.
Na última rodada, Ceará e Macaé duelaram até a última bola para permanecer na Série B. Com um gol de Rafael Costa, o Vovô se livrou de uma divisão que nunca jogou em sua história: a terceira. Não foi fácil (óbvio) e com tons de crueldade, pois no final do jogo, o goleiro Éverson fez um DEFESAÇA para segurar o placar.
Retorno com o roteiro parecido
O Ceará ocupava a lanterna da elite, com três pontos somados em 27 pontos jogados. A situação era complicada, mas o número de jogos era maior do que na outra passagem, mas o desafio era mais complicado. Com o segundo menor orçamento, o Vovô teria pela frente adversários mais complicados e com maior poderio financeiro.
Com reforços sem alarde, o treinador mudou sua concepção de treinamento, aproveitou o período da Copa do Mundo e reestruturou o Ceará na competição. Com uma das melhores campanhas no segundo turno, o Vovô se livrou do rebaixamento de forma heroica e deu a Lisca outro status. Além de um GRANDE personagem do nosso futebol, o gaúcho se notabilizou como um grande treinador.
A loucura na relação de amor
“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.”
Assim pode ser definida a relação entre Lisca e Ceará. É um caso de amor onde os dois se completam, se encontram em qualquer oportunidade e vivem bons momentos.
Dificilmente, um treinador será tão idolatrado por uma torcida como Lisca é pela do Ceará. O gaúcho nunca colocou um troféu na galeria do clube, mas a sinergia, os dois salvamentos e a epopeia vivida com tanta intensidade paga tudo isso.
Lisca é a expressão de carisma e alegria que faz falta ao futebol atual.
A música mais sincera e com sonetos de amor do futebol é essa: “SAIU DO HOSPÍCIO, TEM QUE RESPEITAR, LISCA DOIDO É CEARÁ.”
Fontes: Futebol Cearense, Dentro do Campo, Globo Esporte, Estadão
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