
Em agosto de 1915, a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, “respirava” futebol por conta da fundação dos dois mais tradicionais clubes da cidade, América e ABC. Então, um grupo de adolescentes resolveu criar outro time para confrontar o Mecão e o Mais Querido, denominado Alecrim. Entre esses jovens estava João Fernandes Campos Café Filho, ou simplesmente, Café Filho. Este nome parece familiar? Se você é conhecedor da história política do Brasil, com certeza!
Além de ser um dos fundadores, juntamente com outros nove adolescentes, Café Filho também foi um dos primeiros jogadores a defenderem as cores do Periquito. No entanto, como não possuía grandes habilidades com a bola nos pés, decidiu que deveria evitar que os adversários balançassem as redes, ou seja, virou goleiro!
O Alecrim conseguiu ser aceito para disputar o Campeonato Estadual apenas em 1924. Antes disso, a equipe realizava apenas alguns amistosos, por isso não há muitos registros de Café Filho defendendo a meta do clube potiguar. Mas, por que a pergunta sobre política no primeiro parágrafo, quando essa história começou a ser contada?
Café Filho sempre se caracterizou pela sua liderança, trabalhando também como advogado e jornalista. Filiou-se a partidos políticos no estado do Rio Grande do Norte, porém, foi na década de 50 que ganhou maior notoriedade no cenário da política nacional, quando se tornou vice-presidente do Brasil no governo de Getúlio Vargas. E, em 1954, após suicídio cometido pelo então presidente, Café Filho, aquele mesmo, fundador do Alecrim Futebol Clube e goleiro do clube potiguar, assumiu o posto de presidência da República, ficando até novembro de 1955.
Assim, o Alecrim Futebol Clube pôde se orgulhar de ter tido um fundador e goleiro da agremiação o qual se tornou presidente do Brasil, sendo esta mais uma honraria em sua história que conta com sete Campeonatos Potiguares, além de outros títulos de menor expressão.
Texto: Luiz Felipe Longo

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